Escrever é - literalmente - libertar-se

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Nossos lábios nem sempre dizem o que nossa alma quer gritar. Eles travam. Perdem palavras. Deixam algumas no ar e outras subentendidas. Eles sobrecarregam nossas falas de sentimentos invisíveis, existente apenas entre as linhas. Não são explícitos. E por isso mesmo causam mais confusão.

E é no meio dessa confusão que encontro minha fuga. Escrevo. Escrevo de tudo. Encontro minha liberdade quando deixo meu coração transparecer em minhas palavras. Encontro meu refúgio. Deixo o medo de lado. Deixo meus sentimentos gritarem. Aqui eles têm essa permissão. E aqui eles não têm consequências.

É através dessas frases soltas que formo meu mundo. O real. O fictício. A mistura dos dois. O que meu coração quer viver e o que minha mente quer inventar. O que meu coração pensa existir e o que minha razão contradiz. É através dessas palavras que se encontram meus dias. Cada um com algo diferente... E confesso, até com um peso maior que outro. Mas ainda assim, para todos os efeitos, lá estão eles.

E junto com os dias, estão as noites, as madrugadas. Guardo entre o que escrevo toda a solidão que me encontrei. Os pensamentos que foram minha única companhia. Os devaneios que foram... E que ficaram. Os sonhos que tive e os pesadelos que tentei esquecer.

Entre tantas palavras e tantas folhas riscadas, tentei acertar e errei mais ainda. Usei as palavras para resolver de tudo. Tudo mesmo. Resolvi problemas através delas. Criei outros. Aprendi, ensinei. E principalmente: encontrei um modo de guardar as mágoas e os sorrisos em algum lugar. Não só em memórias... Mas por aí. Em folhas. Em páginas. Em rascunhos.

Então descobri que escrever pode ter mil e uma definições, cheia de antíteses. Pode significar dar um basta. Tentar continuar. Esquecer. Relembrar. Guardar no fundo do baú. Eternizar. Deixar de lado. Reler todo dia. Sentir que superou tudo. Sentir que nada mudou. Gritar ao mundo que vai tentar. Perder os medos. Ganhar outros. Viajar para outros mundos. Perder-se em suas próprias alucinações. Tornar real o que não deixará de ser ilusão. Tornar ilusão o que deveria ser real. Encontrar um refúgio. Superar as mágoas. Sentir-se vazio. Sentir-se completo. 

E para todas elas: escrever é - literalmente - libertar-se. Sentir-se parte de um universo paralelo, onde este é o único modo de fugir disso tudo. De encontrar-se consigo.



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