Quase a mesma de sempre

sábado, 2 de abril de 2011

Minha pele continua sentindo o sopro da noite, o calor do abraço do dia e as lágrimas das tristes nuvens. Meu coração continua pulsando com intensidade, batendo freneticamente, marcando cada segundo que passa de minha vida. Meu cérebro continua funcionando a mil, pensando em milhares de coisas ao mesmo tempo, tentando entender o que não foi respondido e processando as respostas do que descobri.

Meus olhos castanhos continuam brilhando como estrelas quando o céu está sozinho, escuro, com um pequeno ponto de luz lá no alto. Minha boca, tão cheia de palavras não ditas, continuam abrindo-se em um sorriso enquanto o rosa reaparece nas maçãs de meu rosto. Meu nariz, aconchegando e expulsando o ar, ainda sente o doce cheiro das flores e o aroma da terra molhada. Meus ouvidos, tão atentos ao meu redor, sentem-se felizes ao escutar as vozes que me fazem bem. Meus cabelos escuros, tão diferentes do que foram, ganham asas e, juntamente com o vento, começam a voar. Voam, como eu nunca senti, como sempre quis voar.

Meus braços anseiam por um corpo quente, assim como uma mãe necessita de seu filho. Meus pés ainda precisam descobrir novos chãos, novos solos, novos lugares. Minha cintura quer ser entrelaçada em braços confiantes, enquanto minha cabeça pousa, suavemente, em um ombro aconchegante, confortável. Confortável como a grama sob meu corpo.

Meu corpo ainda sente os mesmo desejos de sempre, os mesmos arrepios com a mesma voz, a mesma alegria com a mesma música e a mesma forma de andar e correr. Nada mudou, se transformou.

A transformação é sentida na minha alma, no que eu sou. Minha cabeça amadureceu os pensamentos, e a cada desafio, um novo aprendizado começa a fazer parte de mim. Cada conquista que chega, minha coragem se expande, consolidando-se para outras que estão para vir. A cada sorriso, meu coração acelera: ganha vontade para pulsar, razão para continuar. É frenético, louco, constante... Como meus amores, meus dias, meus sonhos.

Os sonhos ainda não são verdades, nem iguais. Poucos reais, muitos a alcançar. Alguns, talvez, eu nunca chegue a realizar, e talvez, meus olhos gastem um pouco mais de lágrimas. Lágrimas que me acompanham desde que descobri o que é o amor, a dor, a vida.

Minha vida não mudou, continua sendo a mesma, com poucas novidades e muitas indecisões. Meus dias ainda acontecem nos mesmos lugares, com as mesmas pessoas. Minha rotina continua sendo a mesma: o que mudou foi a maneira com que meus ouvidos começaram a escutá-la, com que minha pele começou a senti-lá, com que meus olhos começaram a enxergá-la. O que mudou é que, agora, não sou a mesma de sempre. Sou quem sempre quis ser, quem eu descobri, quem eu sabia que seria um dia. Mudei, amadureci, cresci, aceitei quem sou. Agora, só falta você.



5 comentários:

  1. Obrigada pela viisita - é sempre importantíssima.
    Quanto a equipe do blog, eu acho que você não iria me querer como alguma colaboradora. Eu, às vezes, demoro para postar. rsrs, talvez isso complique algo :x Mas me explica direitinho... Beijo imenso!

    Fica com Deus!

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  2. posso chamar seu texto de perfeito?
    é tudo o que eu queria ler nesta noite.
    a vida continua a mesma, mas somos nós que nos transformamos, que mudamos, que evoluimos.
    perfeito flor.
    beijo grande

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  3. Lindo, lindo mesmo.
    Perfeito como a menina acima citou.
    Ah, e lembro que vc fez uma proposta qndo a equipe do blog, olharei atentamente seu blog mais tarde e com toda certeza lhe responderei,
    bjjs

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  4. No novo post do blog, seu blog apareceu! beijos

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