O cara que eu conheci versus o cara que você se tornou

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Éramos como o céu e o mar, unidos no fim do horizonte, iluminados pela luz do sol. Os dias eram mais fáceis com você, e as noites, escuras por estar tão longe de suas carícias. Todos os beijos eram verdadeiros, os abraços confortáveis e os sorrisos, sinceros. Nada parecia existir se não estávamos unidos pelas mãos, com os dedos entrelaçados e as peles juntas, queimando-se enquanto não se separavam. Fui o ponto alto da sua vida, e você, o da minha. Porém, como tudo que sobe, um dia, cai.

A montanha russa despencou e mesmo conseguindo erguer-se algumas vezes, ela continuou por baixo, separada do chão por apenas alguns centímetros. Nada em você permaneceu o mesmo e nada em mim sequer conseguiu se estabelecer. Era como se somente fossemos reais se estivéssemos juntos e tudo fora disso era apenas ilusão.

Seguimos caminhos diferentes, separados por uma alta parede invisível. No seu destino, fui apagada de qualquer lembrança, qualquer objeto que algum dia tocara. Em meus dias, você continuou sempre forte, marcando cada respiração falha. Meu coração sentia sua presença e o seu se desligara de mim por completo.

Acabei parando na rota mais longa e difícil: tudo nela exibia seu rosto e cada brisa suave nas folhas verdes me lembrava sua respiração perigosamente perto. Passo a passo, consegui chegar ao fim da caminhada e, finalmente, abandonei qualquer memória em que alguma parte de você ainda se tornasse presente.

Ora, meus olhos ainda se lembravam do brilho cor-de-mel dos seus. Mas a intensidade entre eles diminuíra, até se encontrarem novamente e perceberem que ambos se tornaram distintos e como o caminho escolhido tinha grande culpa no resultado final.

As doces palavras que me dizia abandonaram totalmente seus lábios, assim como a suavidade de sua voz estava extinta. Aquele modo gracioso e despreocupado se transformou em confiança excessiva e seu rosto tornou-se uma máscara impenetrável para mim. Nada em seu novo jeito era tão eficaz como o anterior. Como o da minha época.

Seu modo de me tratar se transformou em algo irreconhecível, que nunca foi seu. Ninguém a sua volta conseguiu se adaptar a esse desconhecido que apareceu no lugar do cara que eu conheci, que eu amei. Garotas deixaram de ser, para você, algo importante, que merece respeito e carinho; agora elas não passam de objetos, que vêm de outras mãos, passam pelas suas e são descartadas, como todo o meu amor foi.

Nada em seu novo modo de agir me agrada. Não encontro nenhum vestígio do antigo menino bobo que me conquistou com um sorriso e olhares marcantes. Coisa alguma em sua aparência - tentando demonstrar a mudança interior de agradável a rebelde - supera o que minhas lembranças guardam. E o que mais dói é que nada disso me surpreende.

Eu mudei por você e você mudou depois de mim. O que restaram são lembranças de alguém do passado que me fez feliz, somado a poucas poesias, algumas cartas, vários textos e milhões de palavras tentando explicar os dias que passei ao seu lado. Ao lado do seu verdadeiro eu.



5 comentários:

  1. Ju, eu imagino que esteja doendo, afinal é um desabafo, certo?
    Mas, acredito também, que o fato de ter desabafado já lhe deixou mais aliviada, continuo certa?

    Bem, sei que não somos supeeer amigas e que nem mantemos tanto contato assim. Mas quero que saiba que o pouco que construimos já é o bastante para você poder contar comigo, viu?! ( mesmo sendo clichê e blábláblá)

    Se quiser desabafar eu e as suas leitoras estamos aqui para lhe apoiar.

    Ficou uma porcaria o meu comentário, mas é de coração.

    Beijos, melhoras e cuide desse coraçãozinho.

    webcalcinha.blogspot.com

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  2. Que texto liiiindo!
    Só pelo título me conquistou, ai tive que ler até o fim né...
    Precisava dessas palavras, to tão confusa... mas parece que as pessoas podem realmente mudar. E ai fica a dúvida: será que elas eram assim e fingiram o tempo todo ser algo que nós pensavamos que fossem ou será que mudaram agora apenas? :/

    Beeeijos, o blog ta perfeito!

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  3. menina, que texto lindo *-*
    acho que consigo entender um pouco do que você sente.

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