O que restou

A noite simboliza o dia tão belo que passou, mas aqui dentro está frio, escuro e quase sem vida. Me poupo a cada instante tentando evitar pensamentos destinados a você, mas como todos os meus outros truques, esse também falha.

Meus olhos decifram tudo que ficou, ou pelos menos tentou ficar. Em minhas mãos suas últimas palavras tão simples que eu tão tola emolduro de amor, amor esse ser só meu, a longos e incansáveis dias.

O tempo já não é mais um aliado, hoje ele terrivelmente me mostra o quão feliz eu tentei ser, mesmo sozinha, mesmo com todo esse sentimento destinado a um só ser, somente a você.

Eu me iludi, eu falhei de todas as formas possíveis, eu traí a mim mesma, eu briguei sozinha, eu fui fraca, eu fui forte e você nem se quer notou tudo isso, todo esse amor.

Talvez eu estivesse invisível pra você, mas eu te via a todo instante, nossos rumos sempre eram os mesmos e meu caminho sempre me levava até o seu. Por quê isso?

As perguntas, as indecisões, os medos sempre foram os principais fatores dessa tão pequena e ao mesmo tempo enorme distância, a mesma feita por mim, por não saber e por talvez não ter as palavras suficientes para lhe mostrar o que eu sinto.

Agora o lugar que eu tanto desejei ocupar está preenchido e mais uma vez eu caio diante deste sentimento, que por tanto tempo me fez ter esperança. Hoje fico com o que restou, nada em você, mas muito em mim.